O morabito de Sidi Chachkal junto ao Cabo Beddouza
As Praças-fortes portuguesas em Marrocos encontravam-se isoladas, rodeadas de inimigos, dependendo da metrópole ao nível dos abastecimentos. Portugal fazia esforços para celebrar acordos com os mouros que habitavam as áreas circundantes, garantindo-lhes protecção. Em troca, assegurava um clima de paz e cobrava tributos em espécie, principalmente em cereais e gado. No Norte de Marrocos, o poder centralizado no sultão de Fez permitiu o estabelecimento de alguns acordos duradouros, mas no Sul, a autonomia política das tribos originou um clima de guerra quase permanente.
As tribos que aceitavam a vassalagem à coroa portuguesa eram chamadas de “Mouros de Pazes”. E apesar do facto de no Sul de Marrocos a “conversão” dos mouros de pazes ser mais difícil, vigorou durante seis anos um acordo com as tribos da chamada região da Duquela, que trouxe para o lado de Portugal um imenso território com alguns milhares de quilómetros quadrados, só possível pela ousadia do capitão da Praça de Safim Nuno Fernandes de Ataíde, a quem os mouros chamavam “o nunca está quedo”, e da sua aliança com o alcaide mouro Yahya Bentafuft. Continue Reading