6 comments on “Histórias de Portugal em Marrocos

  1. O melhor achado de sempre em minhas navegações “insoniais”, esse seu blog.
    Com certeza, vou devorá-lo.
    Muito grata pela partilha!

  2. …..”Alguns mouros mais atrevidos, que falavam Português ou Castelhano, vendo as janelas dos aposentos da condessa e do miradouro repletas de mulheres, que os observavam, puseram-se a gracejar com elas, modo muito peninsular de galanteio que o tempo não conseguiu fazer esquecer ainda” (LOPES, 1925, p. 278). Parece evidente que os soldados gracejadores que se dirigiram às mulheres em Português eram Portugueses, provavelmente escorraçados pela Inquisição, Mouriscos que em Marrocos continuavam a luta contra os Cristãos que os tinham expulsado do seu país, e cujos modos de galanteio peninsular mantinham na sua forma de agir….”

    Sbha´al chair, Sr. Arq. Frederico Mendes Paula.

    Depois de mais este momento prazeroso e enriquecedor de leitura no seu prestigiado sítio aonde se aprende tanto e a amar mais e melhor esta cultura marroquina da qual tanto herdámos ( em 40% de sangue que nos corre nas veias , segundo Adalberto Alves ) mas que nos ensinaram a ignorar e até a desprezar, este país fascinante na sua cultura e gentes e de história complexa antiquíssima marcada pela nobreza genética do povo berbere, que não árabe,
    aqui regresso para tomar a liberdade de acrescentar algo em pormenor interessante a este excerto do seu texto, ditado pela realidade de vivências minhas em Marrocos quando ainda mais frescura de juventude me habitava :
    os modos de galanteio como refere não são exclusivamente ou sobretudo peninsulares, aliás são até por vezes demais brejeiros e indelicados.
    Pois em Marrocos há o galanteio mais belo e delicado que os homens podem dirigir à mulher bonita : ” la gazelle ” ! … : )
    Pormenor ….ou pormaior ?

    Com muita estima e consideração o cumprimento, aqui regressarei.
    Assalam / Isabel Falcão

    • Boa tarde
      A referência ao tal “modo muito peninsular de galanteio” não é da minha autoria, mas uma transcrição do texto de David Lopes. De qualquer forma, o que me parece relevante na frase não é o galanteio em si, mas o facto de ter sido feito em português, o que é sem dúvida um sinal de que esses tais mouros seriam portugueses expulsos ou mouriscos.
      Cumprimentos

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