Uma rua em Arzila, no local do antigo Convento de S. Francisco
A marca da presença portuguesa nas cidades marroquinas não ficou apenas nos testemunhos edificados mais evidentes, nem tão pouco nas influências imateriais. O facto de os portugueses terem vivido nas estruturas urbanas pré-existentes, não se instalando em áreas criadas de raiz, obrigou não só à sua adaptação ao modo vida ocidental, mas sobretudo a necessidades de gestão colonial, muito ligadas à defesa e à logística.
Aliás seria este último aspecto o determinante, já que o urbanismo medieval português e marroquino não eram assim tão diferentes, sendo ambos marcados por traçados viários irregulares, fruto do desenvolvimento orgânico e da adaptação à topografia, e pela hierarquização dos espaços públicos.
E se é verdade que a racionalização das estruturas urbanas se generaliza no período do Renascimento e é uma constante do urbanismo colonial, também é verdade que no próprio urbanismo medieval surgem estruturas ortogonais fruto da sua fundação por meio de operações urbanísticas. Continue Reading