Tânger vista do Cabo Malabata
As Praças-fortes portuguesas em Marrocos organizavam-se de modo a subsistir num contexto extremamente hostil, frequentemente assediadas pelo inimigo e sujeitas a um bloqueio económico terrestre, o que levou os portugueses a abri-las para o Mar, de onde chegavam os abastecimentos e o auxílio militar, criando estruturas defensivas para garantir o controlo das frentes ribeirinhas, como as Couraças, e voltando costas à Terra, a fonte de todos os perigos.
No entanto, as Praças não podiam viver totalmente dissociadas do território envolvente, pelo menos daquele que se encontrava mais próximo. Era criado assim o chamado Campo Exterior, área extramuros de utilização diurna, defendida por elementos construídos de carácter precário aliados a procedimentos rotineiros, onde se recolhia lenha, se desenvolvia uma agricultura de subsistência e onde o pouco gado podia pastar.
Mas o Campo Exterior não era apenas isso, já que cumpria um papel muito importante enquanto escape à sensação de aprisionamento em que a população de encontrava, permitindo saídas fora de portas, especialmente necessárias para o equilíbrio psicológico dos habitantes. Continue Reading