“O Rif é um caldeirão a ferver. Quem puser lá a mão queima-se.”
(LEGUINECHE, 1996, obra citada)
Em 1921 o Protectorado Espanhol de Marrocos iria ser abalado por uma guerra impiedosa levada a cabo pelas tribos Rifenhas e do País Jebala e Gomara, que ficou conhecida como a Segunda Guerra do Rif. O Exército de África e a Legião Espanhola, sofreram derrotas esmagadoras e, em desespero, os espanhóis utilizaram armas químicas em grandes quantidades sobre aldeias inteiras. Apesar da superioridade numérica e de armamento do exército de Espanha, o Protectorado esteve à beira do fim, perdendo grande parte do seu território, que em 1925 se resumiu às principais cidades. A revolta dos guerrilheiros Rifenhos só foi esmagada em 1926, quando a França entra na guerra com uma força de 300.000 soldados comandados pelo general Pétain, que incluía tropas senegalesas e a Legião Estrangeira, que se junta aos 250.000 soldados espanhóis comandados pessoalmente pelo ditador Miguel Primo de Rivera.
Apesar da derrota dos rifenhos, os sucessos militares dos mujahidin do Rif foram decisivos na formação de uma consciência nacionalista marroquina, e deveram-se não só à coragem e determinação do Povo Rifenho, como também ao génio político e militar do seu líder, um berbere oriundo da tribo dos Beni Urriaguel chamado Abdelkrim El Khattabi.
Mujahids do Rif
A decisão espanhola de embarcar na aventura marroquina resulta do vazio deixado pela perda das suas últimas colónias ultramarinas, Cuba, Filipinas e Porto Rico, como forma de aliviar tensões internas e de encontrar um novo ideal. Mas para muitos “a guerra de Marrocos foi o resultado de uma ambição desmedida, de uma equivocada, orgulhosa e mal definida política de expansão territorial” (LEGUINECHE, 1996, pág. 18). Nos finais do século XIX Espanha ocupava sensivelmente os mesmos territórios que hoje ocupa no Reino de Marrocos, concretamente Ceuta, Melilla, as ilhas Chafarinas e o Peñon Velez de la Gomera. Apesar da presença espanhola ter beneficiado de alguns tratados celebrados com o sultão de Fez, as tribos do Rif nunca a aceitaram, tendo sempre existido escaramuças em redor das áreas ocupadas. “As cidades eram a fronteira quente, o pólo de atracção dessa guerra sem fim.” (LEGUINECHE, 1996, pág. 32)
Em 1893 inicia-se a “crise de Melilla”, quando 6.000 guerrilheiros representando 39 tribos rifenhas atacam a cidadela da cidade. Os combates alastram às aldeias, montanhas e praias circundantes e o conflito generaliza-se com a chegada de reforços de Espanha e com o envolvimento do sultão de Fez. A guerra dura um ano e termina com uma paz negociada. A crise de Melilla, também conhecida como a Primeira Guerra do Rif ou a “Guerra de Margallo”, é o aviso de que os Rifenhos não aceitarão a ocupação do seu país por estrangeiros.
O Protectorado Espanhol de Marrocos
Mas Marrocos está na mira dos interesses europeus. Espanha e França têm planos para a sua partilha e a Inglaterra dá o seu aval, não só porque teme uma invasão do país pela Alemanha, como porque a França lhe reconhece o direito de governar o Egipto. O Kaiser alemão Guilherme II desembarca em Tânger em 1905, mas as aspirações alemãs em Marrocos são negociadas com a França e trocadas por interesses na África central. Em 1911 Espanha e França invadem as zonas que já haviam acordado e no ano seguinte assinam com o sultão Abdelhafid o tratado de Fez que cria os protectorados Espanhol e Francês de Marrocos. Como parte integrante do tratado, a Alemanha reconhece os protectorados em troca do actual território da República do Congo e parte dos Camarões. O tratado estabelece ainda uma zona de administração internacional na cidade de Tânger.
O Protectorado Espanhol de Marrocos integra dois territórios _ no Norte as regiões do Rif e do País Jebala e Gomara, e no Sul a região de Tarfaya. Numa primeira fase a ocupação espanhola do território do Norte não é efectiva, resumindo-se apenas às cidades.
A Guerra do Rif inicia-se e facto com o desembarque e tomada de Larache e a conquista de Ksar El Kebir nesse ano de 1911. Até 1919, data da tomada de Tetuan, a guerra desenvolve-se no chamado país Jebala, a Ocidente, e nos arredores da cidade de Melilla, a Oriente. A partir do ano seguinte a guerra generaliza-se, com a tentativa espanhola de conquistar o Rif profundo e a mobilização das tribos em torno daquele que se tornou o símbolo da resistência ao invasor, um berbere chamado Abdelkrim Khattabi.
Abdelkrim Khattabi
Muhammad Ibn ‘Abd al-Karim al-Khattabi nasceu em 1882 em Ajdir, nos arredores da cidade de Al-Hoceima. Frequentou a Universidade Qarauyine de Fez e durante três anos fez estudos militares e de direito em Granada. Entre 1908 e 1915 foi jornalista em Melilla e posteriormente funcionário da administração espanhola como juiz. Abdelkrim provinha de uma família de tradição espanhola. O seu pai era um dos chefes do Partido Espanhol de Al-Hoceima.
“Segundo um jornalista de Granada, “Abdelkrim considerava-se descendente de bascos. A organização berbere tinha grandes semelhanças, como recorda Prieto, com as das antigas vascongadas. Há similitudes entre o ‘xelja’, o ‘tamazight’ e o euskera, e os antropólogos estudam as afinidades raciais entre uns e outros”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 289)
Soldados espanhóis descansando
Em 1917 Abdelkrim foi preso por pôr em causa a presença de Espanha no Rif. Dois anos depois escapa-se da prisão e assume o papel de líder da resistência à ocupação espanhola. Começa a reunir as tribos para organizar o Exército do Rif, que numa primeira fase contava com cerca de 15.000 guerrilheiros, mas que no auge da guerra terá atingido os 80.000 efectivos. Exército com uma moral elevada e grande motivação, mas com armamento muito escasso e sem preparação militar.
Dizia Abdelkrim “que um rifenho valia por dez franceses e por seis espanhóis”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 290) Sobre os guerrilheiro do Rif afirmou Leguineche:
“A história e a moral do combate estavam com o inimigo, conhecedor do terreno, resistente à sede, capaz de se movimentar pelos barrancos, adaptado à paisagem como ao molde das suas sandálias de ráfia. Leva na ‘jalaba’ tudo o que necessita: cartuchos, figos e pão”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 12)
Artilheiros espanhóis
A Guerra do Rif criou também os seus renegados. Soldados espanhóis que desertavam e se convertiam ao Islão, passando a viver com os rifenhos. Alguns deles, sobretudo os mais politizados, lutariam ao lado de Abdelkrim. É famoso o caso de um alemão de nome Josef Klemps, conhecido como o Peregrino Alemão, um artilheiro desertor da Legião Estrangeira francesa. Convertido e casado com quatro mulheres, este “aventureiro romântico” torna-se o chefe da artilharia de Abdelkrim, que lhe chama “o meu grande artilheiro”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 286)
Apesar de difamado pela imprensa ocidental, a verdade é que Klemps ficou como um homem que evitou muitas torturas e mutilações a prisioneiros espanhóis. Acabou por ser capturado e enviado para o presídio da Ilha do Diabo, onde esteve o famoso ‘Papillon’.
“Moros regulares” do exercito espanhol
Do outro lado estava o Exército de África espanhol, constituído principalmente por jovens inexperientes oriundos das classes baixas, por regimentos indígenas chamados “Moros Regulares” e pela Legião Espanhola ou “Tercio de Extranjeros”, estes últimos criados por Millán Astray segundo o modelo da Legião Estrangeira francesa, comandados pelo general Francisco Franco e com reputação de extremamente cruéis. As forças espanholas seriam inicialmente cerca de 50.000 homens, posteriormente aumentados para mais de 250.000, bem equipadas e apoiadas pela marinha de guerra e a aviação.
Em 1920 o general Dámaso Berenguer inicia a ocupação do Rif profundo, mas não passará de Chefchauen, que é ocupada nesse ano. Os principais acontecimento vão então ocorrer na frente Leste, através da ocupação de várias posições a partir de Melilla. Ainda nesse ano de 1920 é ocupado o Monte Mauro e no ano seguinte os espanhóis ocupam Afrau, Annual, Sidi Driss, Monte Abarrán e Igueriben.
Posto avançado espanhol
O modelo de ocupação de território posto em prática pelos espanhóis fora das cidades é desastroso, baseado em pequenos postos avançados protegidos por sacos cheios de terra, que só na zona de Melilla se estimam em cerca de 140, mal defendidos e de impossível abastecimento.
“De que servia deixar umas poucas guarnições descoordenadas, isoladas, sem comunicações, com os seus sacos de terra, as suas aberturas para tiro de espingarda, os seus arames farpados, à mercê do inimigo, quinze, vinte homens colocados sobre fardos de palha com poucas rações de água e víveres e algumas espingardas? Sabe o que faziam alguns? Punham os pés fora dos abrigos à espera de um tiro de sorte”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 250)
A falta de água era uma obsessão. Em desespero, os soldados bebiam tinta ou urina misturada com açúcar. Para combater a desidratação, chegavam a despir-se a encostar-se aos cadáveres dos seus companheiro mortos, em decomposição… Anos após o fim da guerra, os sobreviventes ainda se lembravam da “obsessão da água”. A situação era agravada pela falta de higiene. “Os ratos, os piolhos e as carraças infestavam os perímetros defensivos, os acampamentos, os bunkers”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 131)
Coluna militar espanhola na região de Annual
Em 1921 Abdelkrim declara guerra a Espanha, iniciando ataques em força contra as tropas espanholas entrincheiradas nas fortificações da região de Melilla. As vitórias dos rifenhos são esmagadoras. Primeiro Albarrán, depois Sidi Driss e logo Igueriben, atacada pelos guerrilheiro que colocam a sua artilharia no cimo do Monte El Qama. Abdelkrim ainda oferece a rendição aos resistentes de Igueriben, que não a aceitam. Os abastecimentos à base são cortados pelas tribos dos Beni Urriaguel, Ammart, Temsaman, Beni Tuzin Gueznaya, Targuist e Ketama.
Estas três derrotas isolam a base de Annual, que fica sem abastecimentos. No pico do verão, os soldados espanhóis desesperam. A batalha de Annual foi o maior desastre para Espanha: 16.000 mortos (que alguns autores admitem ter chegado aos 20.000), 24.000 feridos e 700 prisioneiros. Só em armamento, “vinte mil espingardas apreendeu Abdelkrim, quatrocentas metralhadoras, cento e vinte e nove canhões, inúmeras toneladas de material de guerra, munições e víveres”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 184-185)
Cadáveres espanhóis em Monte Arruit
Seguem-se a base da Legião em Ben Tieb, depois Batel e Dar Drius. Os sobreviventes refugiam-se em Monte Arruit, onde os espanhóis acabam por sofrer mais 3.000 baixas, naquele que foi o maior massacre depois de Annual. Em Monte Arruit os Rifenhos não aceitaram a capitulação da guarnição espanhola, como refere Leguineche:
“A coluna que capitulou em Monte Arruit foi passada à espada pelos mouros de Beni Buyahi, ansiosos de vingança pelos roubos cometidos na sua zona e os abusos dos espanhóis, era composta, em grande parte, por homens já saídos do exército que umas vezes eram assistentes de chefes e oficiais e, outras, moços de recados das suas amantes”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 188-189)
Em 1921 são evacuadas Nador e Zeluan, após intensos combates. Melilla, a principal cidade do Rif Oriental e a maior base da guerra, fica então isolada. A população civil foge para Espanha, procurando segurança, e a cidade fica entregue aos soldados e às prostitutas, e a todos os géneros de vícios. Nos cafés compra-se o kif, a morfina e a cocaína. “Melilla a silenciosa, Sodoma e Gomorra, a capital de todos os vícios coloniais, do álcool e do jogo, dos desfalques e enredos.” (LEGUINECHE, 1996, pág. 125)
Ambulância espanhola
A partir do Monte Gurugú e do Barranco do Lobo, elevações que cercam a cidade, os Rifenhos fustigam Melilla com artilharia.
“No Barranco do Lobo
há uma fonte que deita que deita
sangue dos espanhóis
que morreram por Espanha.
Probrezinhas mães
quanto choraram
ao ver que os seus filhos
para a guerra vão.
Não me lavo nem me penteio
nem ponho a mantilha
até que venha o meu noivo
da guerra de Melilla.”
(LEGUINECHE, 1996, pág. 269)
Ainda hoje não é clara a razão pela qual Abdelkrim não conquistou Melilla. Se sobrestimou a sua guarnição, que era de apenas 1.800 homens, se temeu que toda a Espanha acorresse em seu auxílio, ou se desejava deliberadamente manter a cidade em mãos espanholas.
A ofensiva rifenha dirige-se então para o País Gomara, reconquistando Chefchauen, a Cidade Santa. Na zona Ocidental do Protectorado, no País Jebala, a actividade dos guerrilheiros aumenta, sucedendo-se as emboscadas na estrada entre Ceuta e Tetuan, que fica conhecida por “estrada da morte”.
Soldados espanhóis num abrigo militar
Nesse mesmo ano de 1921 chegam os reforços da Legião Espanhola a Melilla e são reconquistadas algumas posições importantes. Desde logo o Gurugú e depois Nador, Zeluán e Monte Arruit.
O general Francisco Franco comenta assim a chegada do Tércio ao porto de Melilla:
“Ali vai Millán Astray. Olhem-no que jovem. Isto sim, são soldados! Que negros e barbudos vêm. Olhem os oficiais, que descuidados, com os seus trajes descoloridos. Cheiram a guerra. Estes nos vingarão! Uma mãe chorando pede que lhe tragam o filho que tem no campo, e ao passarem pelos bairros se transborda o entusiasmo popular: cigarros, frutas, refrescos, tudo é para os legionários”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 69-70)
Os legionários eram bem pagos. Bebiam bem, sobretudo genebra vinda de Gibraltar, “e, hala! para o monte, lutar. O comandante mantinha-os motivados. Mas eram sobretudo valentes quando estavam bêbados ou drogados com erva ou com morfina”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 264)
Soldados espanhóis
Em 1922 Abdelkrim proclama a República do Rif a partir do seu quartel-general em Targuist e é eleito seu presidente.
As derrotas no Rif, e principalmente o desastre de Annual estão na origem da deposição do rei Afonso XIII e da instauração da ditadura de Miguel Primo de Rivera, que irá dar um novo impulso ao conflito. Mas em 1924 Espanha é obrigada a retirar para as zonas costeiras, onde as tropas podem ser abastecidas, e para as principais cidades, como Ceuta, Tetuan, Arzila, Larache, Melilla, Nador e Zeluan.
Nesse ano, Abdelkrim pede ao sultão Mulay Yussef que se junte à guerra para lutar pela independência total de Marrocos, mas o sultão recusa-se a defrontar as potências coloniais.
Um “Farman F60 Goliath”
Espanha foi um dos primeiros países a utilizar de forma indiscriminada armas químicas contra a população civil, tendo utilizado na Guerra do Rif, entre outras, o gás mostarda. Inicialmente, em 1923, o gás mostarda era fornecido pelos alemães, mas no ano seguinte já era fabricado nos arredores de Melilla. Cada bomba de 100 kg transportava 15 litros de gás e as bombas eram lançadas de avião. Espanha utilizou na guerra 127 bombardeiros “Farman F60 Goliath” que lançavam uma média de 1.680 bombas por dia. Os alvos eram preferencialmente civis, fossem aldeias ou “souks”, estimando-se que no total tenham sido lançados 12.000 kg de gás mostarda, tenham morrido gaseadas cerca de 100.000 pessoas e mais de 1.000.000 tenha ficado afectada para o resto da vida. Para além dos ataques contra civis foram lançadas grandes quantidades de armas químicas nos rios, nascentes e poços, como forma de contaminar a água e as culturas agrícolas. (WIKIPEDIA, 05.06.2016, página electrónica citada)
Situação no Rif em 1925
Em 1925 o Protectorado Espanhol de Marrocos está reduzido a duas zonas situadas nos seus extremos Poente e Nascente, nas quais as tropas se confinam às áreas urbanas, e onde se mantêm activas bolsas de guerrilheiros. Abdelkrim ataca as posições francesas junto ao rio Uarga e ocupa áreas do Protectorado Francês, ameaçando as cidades de Fez e Taza. Foi o grande erro de Abdelkrim. A França entra na guerra e as várias frentes de combate estendem em demasia as suas linhas, dispersando as forças rifenhas. A entrada da França na guerra foi decisiva para o seu desenlace. As tropas comandadas pelo general Pétain, num total de 300.000 efectivos, eram bem treinadas e disciplinadas e contavam com efectivos da metrópole, Norte de África, Senegal e com a temível Legião Estrangeira.
O desembarque de Al-Hoceima
França e Espanha organizam então um desembarque da baía de Al-Hoceima, envolvendo meio milhão de homens. Na vanguarda do desembarque vai o Tércio aos gritos de “Legionarios a luchar, legionários a morir” e “Viva la muerte” (LEGUINECHE, 1996, pág. 309). No seguimento do desembarque a cidade de Ajdir, terra natal de Abdelkrim, é completamente arrasada e incendiada pela Legião Espanhola, naquela que ficou conhecida como a “pira de Ajdir”. Nos confrontos subsequentes ao desembarque as derrotas de Espanha são vingadas com violência extrema. A honra espanhola estava salva.
As forças do Rif ainda resistiram por mais um ano, mas em 1926 Abdelkrim rende-se aos franceses. Apesar disso, subsistem focos de resistência isolados nas regiões de Bab Taza, Souk El Tleta e Targuist, que levarão um outro ano a dominar. A Guerra do Rif termina oficialmente em 1927.
Legionário
Abdelkrim é exilado na ilha de Reunião, onde permanece 20 anos. Quando, em 1947, faz escala no Cairo a caminho de França, escapa-se e pede asilo no Egipto. Neste país presidirá ao “Comité Nacional de Libertação de Marrocos”, que pretende representar todo o povo marroquino na sua luta pela independência, e que denuncia na Sociedade das Nações a utilização de armas químicas pelo exército espanhol contra a população civil do Rif. Abdelkrim El Khattabi morre no Cairo em 1963.
Ao saberem da sua morte, os veteranos do Tércio cantaram:
“Abdelkrim subiu aos céus
para pedir a Deus perdão
e respondeu-lhe São Pedro:
Pede-o à Legião”.
(LEGUINECHE, 1996, pág. 339)
Cavaleiros Rifenhos
Sobre a Guerra do Rif Abdelkrim escreveu em 1922 uma carta ao director do jornal espanhol “La Libertad” na qual dizia: “O Rif não combate os espanhóis nem sente ódio pelo povo espanhol. O Rif combate esse imperialismo invasor que quer arrancar-lhe a sua liberdade à força de sacrifícios morais e materiais do nobre povo espanhol. Peço-lhe que manifeste ao seu povo que os rifenhos lutam contra o espanhol armado que pretende negar-lhe os seus direitos, e têm as portas abertas para receber o espanhol sem armas como técnico, comerciante, industrial, agricultor e operário”. (LEGUINECHE, 1996, pág. 222)
Abdelkrim Khattabi fica na história de Marrocos como um herói da luta contra o colonialismo no país e como um dos grandes patriotas que contribuíram para a formação do espírito nacionalista marroquino.
Bibliografia:
LEGUINECHE, Manuel. “Annual, el desastre de España en el Rif, 1921”. Alfaguara. Madrid, 1996
WIKIPEDIA. “Armas químicas en la Guerra del Rif”. Página modificada em 05.06.2016. https://es.wikipedia.org/wiki/Armas_qu%C3%ADmicas_en_la_Guerra_del_Rif
WIKIPEDIA. “Guerra de Margallo”. Página modificada em 03.10.2013. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Margallo
WIKIPEDIA. “Guerra del Rif”. Página modificada em 22.08.2016. https://es.wikipedia.org/wiki/Guerra_del_Rif
Aprende-se mais aqui, que em 40 Quartas classes zorroadas, em apeadeiros… vê-se a miséria.Do que li só reconheci os nomes de bandidos Pétain mais o Primo ,do outro que era Franco.Conhecidos bem depois,pelo Preparatório…ao 25.