Vista de Ceuta a partir da Serra da Ximeira
A conquista de Ceuta marca o início da expansão portuguesa em Africa e tem fortes motivações estratégicas e económicas. Ceuta era nos inícios do século XV uma base da guerra de rapina de corsários e de apoio ao Reino de Granada, constituindo uma ameaça aos navios portugueses e uma fonte de ataques às costas do Algarve. Era um ponto estratégico para o domínio da navegação no Estreito de Gibraltar, com uma situação geográfica singular, rodeada de mar por todos os lados, mantendo apenas contacto com terra através de uma estreita faixa, o que a tornava facilmente defensável. Mas Ceuta era principalmente um importante entreposto comercial, que escoava para a Europa as mercadorias que chegavam do Oriente através das caravanas.
Para a sua conquista, D. João I organiza uma poderosa armada. O ataque é mantido no máximo secretismo, sendo precedido pelo envio de espiões que estudam meticulosamente as defesas da cidade e determinam os seus pontos fracos. “No dizer do seu cronista, Azurara, seis anos antes já D. João I se ocupava dela; mas seguramente se sabe que se trabalhava para ela desde 1412” (LOPES, [1937 1989, p. 5).
“Na noite de 20 de Agosto de 1415, uma esquadra portuguesa de 200 velas, com tochas e candeias acesas, fundeava no porto de Ceuta. A cidade respondeu ao desafio, iluminando todas as janelas e terraços”. (COELHO, 2011, p. 17) Continue Reading