A French Ship and Barbary Pirates, Aert Anthonisz Anthonissen 1615, Royal Museums Greenwich
Entre os séculos XV e XVIII, o Mediterrâneo, incluindo o chamado Mar dos Algarves ou Mar das Éguas, actual Golfo de Cádis, estava pejado de corsários que faziam do tráfico de escravos o seu maior negócio. A actividade corsária envolvia meios consideráveis, em homens e navios, e garantia lucros fenomenais, pelos valores dos resgates cobrados e pelo aproveitamento da mão-de-obra escrava que assegurava.
O corso atraiu milhares de aventureiros em busca de riqueza fácil, deu origem à concentração de um enorme número de cativos de diversas nacionalidades, criou um sistema de resgates com intermediários das mais diversas proveniências e foi responsável por grandes movimentos populacionais, sobretudo populações deslocadas das áreas costeiras. Muitos europeus, cativos ou aventureiros, os chamados renegados, converteram-se ao Islão e integraram-se nas sociedades Norte-Africanas.
Entre este conjunto extremamente dispare de pessoas, que na sua maior parte se encontravam em trânsito, desenvolve-se uma linguagem mestiça, chamada Língua Franca, que permitia um entendimento entre todos, sem que fosse utilizada a língua materna de uns ou de outros. Continue Reading