A Praça de Armas, na Frente de Terra de Ceuta
Após a conquista da cidade de Ceuta, Portugal introduz na sua estrutura urbana importantes modificações com o objectivo de a adaptar à nova realidade criada e assegurar a sua gestão e controlo efectivos.
De facto, a dimensão de Ceuta em termos de área e população à data da conquista, cujo número de habitantes estimado por Gozalbes Cravioto era de cerca de 30.000 (GOZALBES CRAVIOTO, 1989, p. 779), era insustentável para a guarnição de 2.500 homens que ficaram a cargo do Governador D. Pedro de Menezes. Ceuta fora esvaziada dos seus moradores, conforme refere Zurara na crónica da sua conquista, afirmando que “já passavam de sete horas e meia depois do meio-dia, quando a cidade foi de todo livre dos mouros” (ZURARA, [1450] 1915, p. 234). Para além disso, o bloqueio terrestre que lhe foi imposto obrigaria ao seu abastecimento a partir da metrópole.
“Ceuta tornou-se pouco mais do que uma grande e vazia cidade-fortaleza varrida pelo vento, com uma dispendiosa guarnição portuguesa que tinha que ser abastecida continuamente através do mar”. (LOPES, [1937] 1989, obra citada)