A guerra em Marrocos travava-se sobretudo nos campos e aldeias em redor das praças-fortes, em ataques surpresa contra os possíveis focos de ameaça à segurança dos portugueses. Rodeadas de inimigos, as praças encontravam-se isoladas e dependiam da metrópole ao nível do abastecimento de víveres. Apesar de Portugal fazer esforços para celebrar acordos com os chamados mouros de pazes que habitavam as áreas circundantes, assegurando um clima de paz e a possibilidade de garantir alguma logística local, a verdade é que, mesmo com tais acordos em vigor, vivia-se num clima de guerra permanente.
Os portugueses criaram uma força de intervenção rápida, uma força de elite em permanente actividade, chamada almogávares, que fazia razias nos campos vizinhos, destruindo colheitas, roubando gado e fazendo cativos, com o objectivo de prevenir eventuais ataques, pacificar as populações ou afastá-las para áreas mais remotas.
A guerra em torno das praças fazia-se de almogavérias, entradas ou correrias. “É a guerra de surpresas e de ciladas, aproveitando os acidentes do terreno ou a escuridão da noite.” (LOPES, [1937] 1989, p. 43)