Imagem que se convencionou identificar com Saída Al-Hurra, mas que se trata da representação de uma heroína da independência grega, de nome Laskarina Bouboulina. Pintura patente no Museu Nacional de História de Atenas
Durante o último quartel do século XV Portugal ocupava as quatro cidades costeiras mais importantes do chamado trapézio do Norte de Marrocos, também conhecido pelos cronistas portugueses como Marrocos Verde _ Ceuta, Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger.
A oposição à presença portuguesa na região não se inseria no quadro do conflito entre os Reinos de Portugal e de Fez, mas era feita de uma forma mais ou menos autónoma por um conjunto de alcaides, antigos nobres do derrotado Reino de Granada, que transportaram para Marrocos a guerra aos cristãos que os haviam expulsado da Península.
De entre estes destacou-se uma mulher, de nome Aicha, conhecida como Saída Al-Hurra, a Senhora Livre, que ficou na História como a grande opositora à ocupação portuguesa, alargando o âmbito da guerra ao invasor da simples guerrilha terrestre para a guerra no mar, conferindo-lhe um carácter mais alargado e estratégico, usando a diplomacia como arma e aproveitando os próprios rendimentos da guerra para promover o desenvolvimento da sua região. Continue Reading