O que resta do Memorial a D. Sebastião em Douar Souaken, no local onde se convencionou ter ocorrido a Batalha de Alcácer Quibir
“O verdadeiro renegado era um pobre diabo que apenas ocupava empregos subalternos, que era enviado para todas as expedições perigosas e que, muito raramente, saboreava os prazeres sem luxo do repouso numa qualquer Casbah. Morrer num combate, tornar-se num desordeiro, arriscar a tortura para conseguir fugir, eram estas as suas hipóteses de futuro”. (TERRASSE, 1926, p. 191-192)
Esta afirmação de Henri Terrasse espelha a realidade da generalidade dos renegados, que, enquanto indivíduos convertidos ao islão e integrados na sociedade marroquina, não usufruíam regra geral dos direitos dos cidadãos comuns, mantendo-se num estado de semi-captividade. Não é difícil compreender porquê, já que na sua grande maioria mudavam de campo por razões de sobrevivência, com extrema reserva mental, comparáveis aquelas que os cristãos-novos tiveram quando se converteram ao cristianismo, ou seja, quando tinham que escolher entre ser cativos ou homens livres.
Mas a regra geral tinha muitas variantes, como adiante se verá. Continue Reading