10 comments on “Os renegados de Alcácer Quibir

  1. Olá Frederico, gostei muito do texto. Interessante, fascinante todo o teu blogue que encontrei por acaso. A influência da cultura islâmica na Península Ibérica sempre me interessou, e ultimamente tenha lido um bocado mais sobre o tema e foi assim que eu encontrei o teu blogue. Parabéns!
    Há muitos anos que não te vejo e foi giro reencontrar-te assim. Bj Li.

    • Olá Li
      Ainda bem que gostaste. É verdade que o tempo passa num instante. Já lá vão uns bons quarenta e tal anos que não nos vemos. Um beijo e até sempre

    • A minha opinião está no texto. São dois exemplos de pessoas que mudam de religião e de identidade de forma coerciva ou de forma voluntária para poderem sobreviver. Essa mudança é feita com grande reserva mental e numa fase da vida dos indivíduos em que a sua personalidade e crenças já estão formadas. Se podemos chamar aos mouriscos cripto-muçulmanos, podemos chamar à generalidade dos renegados cripto-cristãos.

  2. Excelente trabalho, caro Arquitecto. Ha muito que pesquizo sobre Reduao ou Ridwan, mas todas as fontes levam a sua morte as maos de Ahmed El Mansur, no palacio deste em Marraquexe e por Reduao ter atingido um estatuto e poder invejavel. O embaixador de Filipe II refere mesmo que Reduao teria o estatuto de “VisoRey” de El Mansur. E nessa condiçao conseguiu feitos assinalaveis a conter revoltas internas, na guerra e na diplomacia. Tenho muitas duvidas que nao haja confusao com “Manzorico” e duvido que seja originario de Cordoba, atendendo a varios relatos sobre a sua origem Portuguesa. Obrigatoriamente atendendo ao estatuto que atingiu junto de Abdelmalik e El Mansour teria de ser um nobre. Mas quem ? Ando ha anos de volta deste enigma. Obrigado pelos seus textos.

    • Obrigado caro Rui Pires
      As “confusões” a que me refiro são contradições nas próprias fontes, que atribuem origens diferentes a determinadas pessoas, ou falam de pessoas diferentes com nomes semelhantes.
      Quanto à identidade dos renegados, no caso concreto do nobre Reduan, é de facto um dos enigmas que envolvem muitos renegados…
      Um abraço

      • Sim, tenho-me deparado com várias contradições, mas fontes Marroquinas e Portuguesas referem que Reduão terá sido capturado de uma embarcação no mediterrâneo. O grande problema de identificação da origem de muitos renegados, como sabe, é a mudança de nome a que eram obrigados após a conversão ao Islamismo, mas se noutros casos se conseguiu, neste o secretismo das próprias fontes e dos cronistas Árabes é enorme. Eu acho que é de extrema importância conseguir-se identificar-se Reduão, se é que tal poderá ser possível, tanto atendendo ao elevado estatuto que atingiu na sociedade Marroquina e até porque tal poderia ser importante para o esclarecimento de outros “mistérios” da nossa presença naquelas terras. Encontro-me em viagem, longe dos meus muitos apontamentos e pesquisa sobre este caso, mas oportunamente gostaria de trocar consigo informações mais concretas sobre este caso, sabendo-o uma das pessoas mais interessadas na história de Portugal em Marrocos, sou um seguidor fiel dos seus trabalhos. Um abraço de admiração.
        (peço desculpa pelo mau português no último comentário, mas estava com um tablet sem acentuação)

        • Tem toda a razão em relação ao secretismo nas fontes Árabes. Parece-me que admitir o papel importante dos elches na própria condução dos assuntos do Makhzen era visto como uma manifestação de incapacidade dos próprios marroquinos em gerir os seus destinos. Os cronistas são regra geral muito parciais nas suas crónicas e muitos deles escreveram-nas fora de tempo, baseados noutros textos, no “disse que disse” ou inclusivamente escrevendo o que politicamente era pretendido. Por cá também, basta ler o Zurara e ver a falta de objectividade com que trata dos assuntos que envolvem o seu empregador, o infante D. Henrique.

Deixe uma resposta para Frederico Mendes Paula Cancelar resposta