
Arcos lobulados no interior do Castelo de Silves
“O palácio do Xarajibe, de Silves, foi, no Ocidente, uma autêntica visão das ‘Mil e uma Noites’.
Cantaram-no os poetas com o mais alto requinte, adornaram-no os artistas com obras de estranho lavor, celebraram-no os historiadores, como encantadora residência principesca.
Dessa harmonia chegam até nós os ecos apagados, num suave murmúrio…E o Xarajibe esplende, de novo, rebrilhando em vivos fulgores.
Ficaram célebres as suas noites de festa e de música, de poesia e de dança, de encantamento sem par; as suas tardes suaves e mornas, de doces afagos, de reflexos violetas e de branda penumbra; os seus dias claros e ardentes de tragédia e de luta, em que os pátios e os mosaicos das salas se tingiram do sangue da vingança e do crime; as suas madrugadas de terrores, de suspeitas e de alucinações; as suas manhãs de iluminura, aureoladas pela esperança de novas e felizes alianças; as suas horas de fogo e de guerra, em que tudo se joga e tudo se ganha ou perde.
Evocar o Xarajibe é evocar uma época, um estilo de vida _ a época e o estilo de vida dos luso-árabes.”
(José Garcia Domingues in Revista Atlântico nº 4, Nova Série, 1947, p. 42) Continue Reading








































































































































































